Os 10 filmes - até a data de hoje

10°. 21 Gramas (21 grams)
Cast: Sean Penn, Naomi Watts, & Benicio Del Toro
Dir: Alejandro Iñarritu, 2003


A segunda parte de uma trilogia sobre a dor? São o que dizem alguns boatos, mas isso não importa. Atuações incríveis, com um enredo melhor do que as outras partes das "trilogia". Três vidas distintas unidas drasticamente por um fato comum entre elas:um acidente, que afeta as 3 partes: uma dona-de-casa, um professor de matemática e um chefe de família. "Ao conhecer o homem que recebeu o coração do seu marido, uma mulher embarca numa jornada de vingança contra o homem que arruinou sua vida no acidente", assim pode-se resumir esse ótimo e confuso filme, que conta sua história em ordem não-cronológica.
Ele usa da matemática e das medidas para lançar importantes questionamentos sobre nós mesmos.
Quanto pesa a vingança? Quanto pesa a culpa? Quanto pesa o amor?
A cena final, com a voz em off de Sean Penn, é algo que nunca me sai da cabeça.

-


9°. O Que Terá Acontecido a Baby Jane ?
Cast: Bette Davis & Joan Crawford
Dir:Robert Aldrich, 1962


As duas já se odiavam, era declarado. Colocá-las no filme como inimigas? Belíssima idéia! Não foi o que Hollywood pensou na época, mas mesmo assim, o filme virou um grande clássico do cinema, e Bette Davis eternizada como a irmã diabólica e debochada, a queridinha Baby Jane dos palcos dos anos 30, que nunca aceitou o sucesso dos anos seguintes que sua irmã, hoje paralítica misteriosamente, fazia no cinema nos anos posteriores.
Uma história misteriosa, densa, perturbadora à medida que Baby Jane vai perdendo a sanidade, voltando a ser uma frágil criança no corpo de uma velha rude e grotesca capaz de tudo pelos seus interesses, uma das maiores psicopatas do cinema.
Baby Jane cantando "I've written a letter to Daddy", como se tivesse seus nove anos de volta é uma cena memorável. A melhor atuação feminina ever.

-


8°. Crash
Cast:Matt Dillon, Sandra Bullock, Brendan Fraser, Don Cheddle, Ryan Phillip, etc.
Dir: Paul Greengrass, 2005

Num período de 36 horas, várias vidas vão se colidir violentamente umas com as outras e nada será como antes, se cruzando em Los Angeles, a cidade em que tudo está por tras do metal e do vidro, como diz um monólogo ótimo do filme. Filme que roubou a cena no Oscar 2006, é um retrato fiel, das paranóias norte-americanas pós 11 de setembro, de crises racistas, xenofóbicas e culturais. Mostra o eterno círculo vicioso em que vivemos, a repetição.
A tagline que acompanha o título, "até que ponto você se conhece?", é outra questão pendente do filme, que será pra sempre conteporâneo. É clara a versão de todos termos dois lados, talvez desconhecidos, de atitudes desconhecidas. Na hora de uma colisão um outro eu surge por meio da fumaça e da confusão.
Uma verdade universal, na minha opinião.
Um elenco variado, e muito bom. É de Ludacris, o rapper americano, um dos papéis mais interessantes do filme, de um assaltante paranóico com o racismo e o modo de vida norte-americano, compartilhando seus pontos-de-vista com seu amigo.
A trilha sonora de Mark Isham é uma perfeição à parte.


-

7°. Across the Universe
Cast: Jim Sturgees, Evan Rachel Wood, Bono Vox, etc.
Dir: Julie Taymor, 2007

Uma idéia simples, original e enacantadora. Um musical de versões dos Beatles, para contar a história de Jude, um jovem da Liverpool dos 60's, que vai para Nova York conhecer seu pai, e acaba fazendo sua vida na big apple, com Lucy, Maxwell, Sadie e todo o resto dos nomes musicais dos Beatles, misturado com o maravilhoso fim da década de 60. Julie Taymor, diretora do colorido Frida, traz suas cores e idéias para esse filme, que conta também com uma participação ótima de Bono Vox, na pele do divertido e psicodélico Dr. Robert. O filme também serve como um divertido passatempo, com as inúmeras referências aos Beatles. Mesmo com uma legião de gente dizendo que NÃO, eu acho sim, essas versões melhores do que as que artistas fizeram para o I Am Sam (Uma lição de amor).
Versões de músicas realmente muito boas, maravilhosas. Boas atuações e cenas cativantes, em números musicais, em sua maioria, perfeitos, prestando também honras a Janis Joplin e Jimi Hendrix.
Tudo isso para contar uma história de amor atemporal, inesquecível, assim como os Beatles.

-

N°6. O Iluminado (The Shining)
Cast: Jack Nicholson, Shelley Duvall & Denny Lloyd
Dir: Stanley Kubrick, 1980

Adaptação (não fiel) ao surpreendente livro de Stephen King. Cenas atordoantes, um clássico do suspense-horror. Kubrick dirige sua câmera para um espaço desconhecido, maravilhoso, grandioso, uma beleza estética sem comparação. Um de seus projetos mais famosos, O Iluminado tenta contar, relatar, o que aconteceu a Jack Torrance quando ele foi trabalhar no inverno rigoroso, como zelador do imponente Hotel Overlook, só com a esposa e filho, que possui um estranho dom.
Será loucura? Será doença?
Será instinto assassino? Será maldição?
Cada um tira suas próprias conclusões sobre o mal que se abateu sobre a família Torrance. A persona inconfundível de Nicholson marcou esse personagem para sempre, e vice-versa. Um ícone de maravilhoso talento, da demência e da maldade. Jack, Wendy e o bastão de baseball na escada, simplesmente a perfeição.

"Wendy, give me the bat"


-

N°5 . Um Dia de Cão (A Dog Day Afternoon)
Cast: Al Pacino & John Cazale
Dir: Sidney Lumet, 1975
O roubo era pra ter durado menos de 10min.
12 horas depois, os dois ladrões loser do Brooklyn tinham uma nação olhando pra eles e o mais incrível, com o apoio da população. Sozinho, Sonny (Pacino) jogou o povo contra a polícia, recem saida de um escândalo policial.
Tornou conhecida por todos sua confusa história, seus casamentos e por que, por que Sonny, o inútil, roubaria um banco com seu amigo, Sal. O motivo e o desenrolar tornam esse um filme maravilhoso e original, que Al Pacino fez questão de interpretar, entre um Godfather e outro. As atuações dos dois irresponsáveis e despreparados bandidos dá ao filme toques de comédia e realmente boas risadas aparecem. Á medida que o filme se extende, o final é óbvio, desde o primeiro instante, é claro que Sonny e Sal serão presos ou mortos. Mas o filme te prende, e te faz querer ver como vai terminar esse dia infernal.
O resultado é uma tensão real, única, que te faz ver o quão merecido foi o Oscar de melhor Roteiro Original ganho por Um Dia de Cão em 1975.


-

N° 4. Apocalypse Now
Cast: Marlon Brando, Martin Sheen, Robert Duvall & Harrison Ford.
Dir: Francis Ford Coppola, 1979

Se for ver a versão sem cortes, serão os 202 min mais bem empregados da sua vida. "O horror... O horror...", diz o Coronel Kurtz sobre a vida na guerra, a morte, a loucura, o terror que o genocídio traz. Um jovem oficial, Capitão Willard, recebe uma missão: infiltrar-se na selva do Vietnã, chegar até o Camboja, onde deverá capturar e eliminar a mando do governo o Cel. Kurtz,
que vive com o povo que construiu, e sem sanidade, dentro da selva, fazendo suas leis.
É período de Guerra do Vietnã, tempo do terror palpável, de sangue e mortes em nome de nada. O maior épico de guerra já feito, uma narrativa maravilhosa, que encontra casamento perfeito ao som de "The End", do Doors, outro épico musical, em cenas incríveis.
É o embate entre dois tipos diferentes de racionalidade. O lado vil da guerra testemunhado por uma equipe de soldados inexperientes que acompanham Willard em sua missão de chegar até o coronel.
O filme é de uma grandeza jamais vista, que levará o espectador até o "Heart of Darkness", obra que originou o filme. Atuações sem igual, uma conversa decisiva inesquecível entre o jovem Willard e o imponente, poderoso, insano (e careca) Cel .Kurtz, interpretado com genialidade assombrosa por Marlon Brando, que o fez como ninguém. Sim, eu puxo o saco dele, o ator de maior imponência ever³. Ninguém subjuga Marlon Brando.

"Quem é você?" "Sou um soldado..." "Você é um menino de recados, enviado pelo quitandeiro... pra cobrar uma conta."

Essas são as boas-vindas do coronel ao capitão. Um longo suspiro ao ver meu dvd desse filme...

-

N° 3. A Primeira Noite de um Homem (The Graduate)
Cast: Anne Bancroft, Dustin Hoffman & Katharine Ross
Dir: Mike Nichols, 1967
Não, realmente esse filme não combina com o resto dos outros filmes desse ranking: É uma história leve, singela, uma graça de história. Um dos filmes iniciais de Mike Nichols, que dirige filmes até hoje, lhe rendeu o Oscar de Direção. É a narrativa de Benjamin Braddock, rapaz que acabou de se formar e voltou para sua cidade, Los Angeles, onde recebe uma festa de boas-vindas e um presente inusitado da amiga da família, a única e inesquecível Mrs. Robinson.
A partir daí, sua pessoa tímida, indecisa, introvertida muda radicalmente. Está feito o dilema com a chegada de Elaine Robinson, a filha. Uma história romântica e ousada para a época, bonita e de final feliz. Benjamin e mrs. Robinson são duas figuras inesquecíveis, um o oposto do outro.
A timidez & a ousadia; a vontade & a ação. Dois tipos diferentes de sedução.
Um filme simplesmente lindo, que sim, virou uma lenda, com a ajuda da ótima trilha sonora de Simon & Garfunkel, feita para o filme.

"Jesus loves you more than you will know.(wowowo). God bless you please, Mrs. Robinson..."


-


N° 2. Kill Bill
Cast: Uma Thurman, Lucy Liu, David Carradine, Daryl Hanna
Dir: Quentin Tarantino, 2003/2004

Uma gama de personagens maravilhosos unidos em dois filmes magníficos para contar uma simples história de vingança, de uma mulher disposta a tudo. Simples?
A saga imortal da invencível Beatrix Kiddo versus o Esquadrão das Víboras Mortais e seu mestre, mentor e amante, Bill. Um por um, todos sucumbem à sua espada, a famigerada Hatori Hanzo. Palavras não explicam a narrativa da "mulher mais cruel do mundo", segundo Tarantino. Divertido, audacioso, sanguinolento, dramático. Dividido em 2 volumes, bastante diferentes, Kill Bill é uma homenagem aos antigos filmes de kung-fu, samurais e western, os filmes de velho-oeste. Foram duelos inesquecíveis, trilha sonora maravilhosa, personagens construídos como nenhum outro que fizeram desse filme o que é.
Traída há 4 anos, Beatrix Kiddo, nome de guerra Black Mamba, inicia sua jornada de sangue e violência atrás de Bill e o resto do esquadrão que tentou lhe matar no dia de seu casamento.
Perdoe-me a parcialidade, mas ignorante é aquele que não reconhece o talento de Tarantino e sua obra-prima dividida em 2 partes, a maior e melhor história de vingança que já foi feita.

-

N° 1. Taxi Driver
Cast: Robert DeNiro & Jodie Foster.
Dir: Martin Scorcese, 1976


A solidão e o senso de justiça a todo custo. Uma atuação, a melhor de todas, narrando a história de Travis Bickle, e sua lenta jornada à loucura e à demência. Um taxista solitário, que sofre de insônia, vendo as ruas de Nova York o mais sujas possíveis, e decide eliminar à força tudo o que considera sujeira. Herói ou assassino ?
Travis Bickle foi aplaudido e apoiado pela platéia quando foi exibido, deixando Scorsese boquiaberto. O filme traz também uma jovem e estreante Jodie Foster, já maravilhosa. O final, uma sequência arrepiante, de Travis fazendo sua "justiça", é um marco do talento e da violência.
Magnum 44 e um moicano, duas características ímpares dele, um grande mentiroso.
Com seu enredo, atuação, direção, e todo o resto, tornou-se a maior obra vista por mim, essa lenta caminhada à mudança grotesca, à aniquilação do tédio por Travis.
Imortalizou Scorcese e seu filme solitário sobre o insone e psicopata taxista. Já DeNiro não teve seu Oscar recebido, uma grande injustiça, assim como o filme também (que perdeu para Rocky). Travis ainda é tido como o maior e melhor papel do touro indomável Robert DeNiro, que fez sua melhor parceria com Martin Scorsese.
Referência.
Perfeito.
1000 vezes perfeito.

:]