
Ela pega o chinelo e mata a aranha armadeira no chão do banheiro. Com o short e a calcinha no chão, sentada na privada, ela não duvida que o bicho iria picá-la. Será que sim? Será que não? Será que sim? Para ele a aranha se chamava Bel e deixa uma ninhada no sapato guardado. Casal que mora junto às vezes se enxerga e sente em uma piscina vazia.Muito perto. Abriu a porta. Entrou sem cerimônia, tomou conta do lugar e pediu um pouco de bebida. Tirou um sarro da roupa que usam. Ele economiza palavras, abre o jornal e lava a louça. Economiza jornal, abre louças e lava palavras, também.Muito perto. Falta dinheiro, falta verão. Sobra drama. Já ele tem fome; é um cara esperto e espera saber ligar o fogão. Vai firme, cara!Tempos difíceis esses. Já foram piores, acredita? pois é...
Muito perto. Ela o ama. Ele a ama.
- Meu, pára com isso, com essa indiferença!
- Não me interessa, cansei da tua cara!
Ele escreve rápido, ela é um vaga-lume perdido num coquetel. Dentro da lancheira dos sobrinhos repousa um desejo morto mas ainda útil, como o peito de peru que éstá lá. Ele desaba, mas ela não desmonta.
Muito perto. Bonita a linguagem de quem se entende nos olhares. Nunca mais foi utilizada. Cada um se entende com qualquer olhar. Tem horas que todo mundo olha pro mesmo lado. Muito perto.Gente muito perto tende ao ciúme.Ela não domou o leão do coração dele.Ele não quis insistir.
Prezo-os.
3 comentários:
ó eu e o Ricardo na foto ! :o
"ela não domou o Leão do coração dele"
astrológico, psicológico, fisiológico ou emocional?
tudigual
"eu sou a constelação da seta"
lí isso uma vez
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