Frio dentro da boca

Conversei com a Morgana. Sobre o quê? Sobre o Téo. Ele estava falando pra sua ex-mulher como é péssimo terminar um relacionamento tão intenso, com tantas provas de como foi bom... sente-se livre, mas ainda há aquela sensação ruim de quebrar, do ficar sozinho. Mas quando é um dos dois que termina, sente-se mal, mas e o outro? O que o outro faz com o amor, o tesão, o carinho que ainda restam? O que fazer com um sentimento que não há ninguém pra receber? Fazer o que quando você é o rejeitado? Pro outro passa, é ruim, mas passa mais rápido do que para o outro, que ainda tem o desejo e a vontade acordados. Um pouco de auto-piedade, enquanto o outro segue, sozinho ou não.

Expondo-me ou não, nem me interessa. Como a Camila, do post anterior, não concebo uma vida sem contágio. Preciso cuspir isso pra fora, me livrar, antes de criar um câncer. Que eu faço ao sentir o mesmo cheiro forte toda hora, ao querer aquele abraço único me envolvendo? Toda manhã que acordo cheio de espaço na cama, é um frio dentro da boca. Até a droga de um café preto tem uma história por trás. Foi a apatia mais quente que já vi, que fez uma pessoa ruim ficar melhor (ou seria o inverso?)

Morgana e Téo. Estamos no mesmo barco, furado e tapado com um chiclete.

Um comentário:

Guilherme Cardoso disse...

e calor no resto do corpo.