Um dia acordei e vi que ele estava na minha vida, na época tão motivada e elétrica, sem saber por que. Como quase tudo comigo, começou do nada. Quando percebi, já estávamos trocando confidencias numa escada curtinha, e cada um com seus planos fora de Porto Alegre, e numa montanha-russa de acontecimentos, nos vimos parados, ali mesmo, no meio da montanha-russa e por pouco não perdemos a sanidade nesse brinquedo.
Veio a primeira ruptura, um raio às 10 da manhã. Foi triste, foi difícil, uma quebra. No café, o primeiro fim. No bar, o primeiro recomeço.
Aí a segunda ruptura, o chão abriu no meio da madrugada. Foi desesperados ver minha vida sem sua presença. Gritar, berrar, negar. É terrível o vão entre a verdade e a mentira. Eram por volta de 8h da manhã de uns dias depois quando recomeçamos novamente.
A terceira ruptura não teve um horário, e nem explicação; talvez por isso tenha sido um hiato tão grande. Nesse espaço duvidoso e absurdo, cada um fez sua vida e construiu uma casa onde o outro mesmo sendo bem-vindo, não podia entrar.
O tempo havia passado, tempo o suficiente para trocármos de papel e todo risco de giz ser apagado. Agora as pessoas entendem o que nós somos, com todas as histórias incríveis e críveis que temos para contar, de boates a aeroportos, e sabem que de tropeço em tropeço, sempre vai ter um DJ pra nos elevar à camaradas, um assaltante pra ter pena de nós, sempre terão mais 20 anos pela frente.
Obrigado pela força que me dá no pior momento em duas décadas.
5 comentários:
thanks, J.
me ensina a escrever tão bem assim? haha adorei, muito! ;*
sempre ainda há a eternidade.
Desculpe, mas você não é Bob Dylan.
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